quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

APRENDENDO COM AS TULIPAS

Estava navegando pelo mundo "bloglístico" quando me deparei com este texto da Iana Coimbra... Bom, eu nem a conheço, mas o fato é que este texto me edificou e achei interessante compartilhar.



APRENDENDO COM AS TULIPAS

Ontem teve célula do Mudança e foi muito bom. Não tínhamos a menor idéia do que Deus tinha para nós, mas Ele nos surpreendeu de uma forma discreta. Quando percebemos, nossas perguntas encontraram respostas. Tudo por causa de uma tulipa.Tulipa é a minha flor preferida. Sempre foi, e nem sei ao certo o porquê. Mas que amo é fato. Ontem, sem pretensões, comecei a divagar sobre uma que ganhei na floricultura essa semana.A tulipa é uma flor ímpar. No Brasil ela é quase rara, sendo possível ver somente no inverno, e nos países do norte, na primavera. Para cultivá-la é preciso muito cuidado. Se exposta ao calor, ela definha. Ela é uma flor simples, sem exageros. Possui um caule reto, folhas simples e poucas pétalas. A beleza da tulipa se encontra justamente na impressionante simplicidade. Ao mesmo tempo, ela não floresce o ano todo, mas quando sua flor surge, ela gera impacto. A tulipa sabe a hora certa de aparecer e de hibernar. Não quer dizer que por ela não estar em evidência que ela não exista ou que esteja morta.Ao mesmo tempo, ao contrário do que a natureza ensina há a necessidade de estar sempre em voga, imposta pela sociedade. É preciso estar em destaque todo o tempo, de fazer coisas extraordinárias, de romper com o convencional. Se não é novidade, pouco importa. Se não está fazendo algo, então se torna dispensável. Aí me lembro de João Batista e de suas incursões pelo deserto. Ele ficava dias contemplativo, em oração, refletindo, longe da sociedade israelita. De repente, ele aparecia e aí cumpria seu papel. Logo, suas palavras ganhavam público, então novamente ele se retirava. João Batista sabia a hora de sair de cena. Jesus também era adepto dos momentos fora dos holofotes. Frequentemente Ele se retirava. Aliás, até os 30 anos quase nada sabemos dEle. Ele se resguardou, até chegar a hora de aparecer. Até então Ele simplesmente esperou.Continuando a analogia, inspirados pela gravidez da Claudiana, entramos em outro assunto: o tempo de espera por algo que vai nascer. Ao gerar, a mulher se torna mais sonolenta, seus passos mais lentos, o olhar muda, ela necessita de mais descanso. Ela simplesmente espera, enquanto dentro de si um mundo está em revolução. Ela pode ficar simplesmente sentada sem fazer nada, mas dentro de si há um árduo trabalho acontecendo. Aliás, tudo está em transformação. De mulher ela se torna gestante, da gestante ela finalmente vira mãe. Enquanto ela descansa, uma grande transformação acontece pautada pelo tempo.O que isso tudo tem a ver com a discussão? Simples. É preciso aprender a esperar e a curtir esse período de espera. É bom não estar em evidência, mas é essencial aparecer na hora certa. Os momentos de descanso são essenciais, até mesmo vitais, apesar da sociedade (e muitas vezes até a Igreja) nos imputar culpa por isso. É preciso aprender a esperar, a descansar, a desfrutar do tempo sem culpa. É preciso aprender a olhar para o lugar certo, para as pessoas certas e reconhecer que nem sempre é hora de agir, mas sim de repousar.Acho que é por isso que amo tanto as tulipas...

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